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Fábio Zanini: "A Folha faz jornalismo, o Bolsonaro ataca a Folha"

Fábio Zanini é repórter especial e autor do blog Saída pela Direita. Foi editor de Poder e de Mundo, repórter de política em SP e Brasília, correspondente em Londres e Johannesburgo.

Trabalha no jornal Folha de São Paulo.

Blog do Leonardo: Uma das coisas que mais foi assunto no cenário político e do debate público neste últimos dias, foram as manifestações do dia 15 de março, qual sua opinião sobre está manifestação que ocorreram ontem*?
Fábio Zanini: Olha é, foram manifestações até certo ponto suprendentes porque, havia uma espectativa de que elas não acontecessem, fato é que elas aconteceram. Isso não deixa de ser uma certa demonstração, de que a sim algum tipo de apoio espontâneo ao Bolsonaro, mas elas acabaram ofuscada pela atitude irresponsável do Bolsonaro de interagir com as pessoas, num contesto de Coronavirus, então elas sendo menores, em termo de repercussão, do que elas seriam. Fato é que o Bolsonaro tentou desistimula-las, elas aconteceram assim mesmo e ele acabou prestigiando, é um certo sinal de força, mas ainda não dá para saber qual é o tamanho dessa força, porque o contesto do Coronavirus atrapalhou tudo.

Blog do Leonardo: Qual é a sua opinião sobre a relação Bolsonaro e eleitorado?
Fábio Zanini: O Bolsonaro ele tem uma relação muito forte com a parcela que é muito fiel a ele, o Bolsonaro nesses meses de governo, ele claramente está governando para os fiéis, entre os mais fiéis, que é um número, que supõe-se, que seja algo entre 25 e 30% do eleitorado. Outros que o apoiaram no segundo turno, já se arrependeram, já não o apóiam mais, tem uma relação crítica com ele, já naquele momento tinha apoiado o Bolsonaro mais contra o PT, do que pelo Bolsonaro. Então o Bolsonaro não tem muita preocupação em agradar o eleitorado, fazer gestos ao centro, ampliar a sua base, ele quer governar para aqueles que são mais fiéis mesmo.

Blog do Leonardo: Você acha que o presidente Jair Bolsonaro foi irresponsável por ir cumprimentar pessoas durantes os atos pró-governo no dia de ontem*?
Fábio Zanini: Sim, acho. Claramente irresponsável, contrariando todas as indicações dos especialistas de saúde, ainda mais pelo fato, de que ele está cercado ou teve contato com pessoas que foram diagnósticadas com Coronavirus, embora ele pessoalmente não tenha sido, mas o fato é que ele está em um habiente, pode acontecer uma contaminação e ele foi interagir com pessoas, é num contesto contra qualquer recomendação de especialistas. Mesmo o exemplo que ele passa é muito ruim, porque é o 1 mandatário da nação desmoralizando o que é a principal estratégia nesse momento de combate ao virus, que é o isolamento e o distânciamento social.

Blog do Leonardo: O que você acha da COVID-19 (Coronavirus)?
Fábio Zanini: Ainda é muito cedo para dizer o que vai acontecer, acho que tem muita desinformação, tem bastante pânico também, mas tem sinais de que é uma epidemia séria, que não pode ser minimizada, mas que ainda no Brasil está num estágio inicial, a gente tem que saber se vai seguir o caminho da Europa, da Itália, da Espanha ou se vamos ter uma epidemia mais controlada, mas o fato é que ela, inspira muito cuidados, ela veio para ficar deve demorar um tempo para passar ainda e não pode ser minizada.

Blog do Leonardo: Na sua opinião, o Brasil acerta nas medidas contra o Coronavirus?
Fábio Zanini: Sim, na minha opinião acerta no âmbito do ministério da Saúde, do governo estaduais, prefeituras estão sendo seguindas as recomendações da Organização Mundial da Saúde que é isolamento das pessoas, quarentena para os infectados, rastreamento de com quem essas pessoas tiveram contato e muita concientização. É a excessão, de novo, é o presidente Bolsonaro e alguns dos seus acólitos, do seu entorno que tem minizado essa epidemia de maneira irresponsável 

Blog do Leonardo: Qual é a sua opinião sobre a relação do governo com o  Congresso Nacional?
Fábio Zanini: É uma relação tumultuada, é uma relação muito difícil, desde o começo, é um pouco houve uma intenção aparentemente nobre no começo do governo Bolsonaro, que era de mudar a maneira de como se negociava com o Congresso, evitar o loteamento de cargos, o que é uma intensão meritória, mas ela deveria ter sido substituída por alguma outra coisa, o fato é que ficou um vácuo, não há nenhum tipo de articulação política, há pelo contrário uma campanha do Bolsonaro e de apoiadores contra o Congresso, de virificação do Congresso, que gera uma reação, e evidentemente isso gera um problema na aprovação de medidas importantes para a economia e outros setores. O que foi aprovado até agora foi muito do mérito do próprio legislativo e menos do executivo. Bolsonaro tem uma característica de tentar usar a população para pressionar o Congresso, o que aumenta o tencionamento.

Blog do Leonardo: E da relação do governo com o judiciário?
Fábio Zanini: Parecida, também uma relação difícil, ruim. É, embora o Bolsonaro em alguns momentos tenha tido uma relação razoável e republicana até com o presidente do Supremo, Dias Toffoli, o fato é que, de novo, a base do Bolsonaro, os Bolsonaristas, atacam muito o judiciário, alguns defendem o fechamento do judiciário, impeachment de ministros, também não é uma relação boa, uma relação também bastante difícil.

Blog do Leonardo: Você acha que o presidente Jair Bolsonaro age como se estivesse ainda em campanha?
Fábio Zanini: Com certeza, ele parece não ter começado a governar ainda, isso é um característica de líderes populistas, mante, fazer uma campanha permanente, tencionar sua base, usar muito as redes sociais. Outros líderes fazem isso, não apenas Bolsonaro, Donald Trump é um exemplo, líderes europeus na Hungria, na Polônia, na Itália fazem a mesma coisa. O Bolsonaro imagina que pode continuar nesse tipo de campanha permanente durante os 4 anos, dificilmente conseguirá e isso já está causando problemas de governabilidade para ele.

Blog do Leonardo: No dia de hoje* a revista digital 'Crusoé' e o site 'O Antagonista' divulgaram um áudio atribuído ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia tratando sobre o novo Coronavirus. Qual a sua opinião em relação a este áudio?
Fábio Zanini: Olha não sei que áudio exatamente é esse, o que eu sei é que o presidente da Câmara tem uma posição critica, como não apenas ele, outros líderes políticos também, sobre como o Bolsonaro está tratando o caso do Coronavirus, é uma opinião, de que ele está menosprezando a epidemia, então imagino que algo nesta linha que ele tenha dito, mas realmente não me lembro deste áudio expecificamente.

Blog do Leonardo: Você tem um blog no site do jornal Folha de São Paulo, pode definir o que trata esse blog?
Fábio Zanini: Sim, o blog chama-se 'Saída pela Direita', é um blog que eu comecei em fevereiro de 2019, por tanto ele acabou de completar 1 ano. Ele é um blog é de reportagens, de notícias, não de opinião, ele é uma cobertura sobre a direita. A direita cresceu muito no Brasil nós últimos anos, até de uma maneira surpreendente. Quando o Bolsonaro foi eleito chegou-se a conclusão na Folha de São Paulo de que era preciso entender melhor que base social é essa? Quem são esses atores, quem são essas pessoas que votaram no Bolsonaro, que deram apoio a ele político e social e nesse blog eu faço matérias, reportagens. Ele é um blog que fica no site da Folha de São Paulo, recomendo e peço a todos que acompanhe e me digam o que acharam.

Blog do Leonardo: Para você é estranho ter um blog de direita em um jornal que tem atritos com o governo, que é de direita?
Fábio Zanini: Não é estranho, talvez para quem esteja fora da Folha isso pareça estranho, mas para quem está lá não. A Folha tem a marca de ser um jornal plural, a Folha tem colunistas de direita, de esquerda, mais extremados, menos extremados, liberais, conservadores. A Folha de São Paulo não se define politicamente, ela se define como jornal plural, aberto, pluralista, dando espaço para todo mundo. Então é o fato de haver um blog sobre a direita, não deveria causar estranhamento, porque existem uma gama de assuntos e opiniões cobertas pelo jornal e o fato de a Folha ter atritos com o Bolsonaro, é mais uma escolha do Bolsonaro. O Bolsonaro tem atacado a Folha pelas matérias que tem feito, a Folha não faz campanha contra o Bolsonaro, não está em oposição ao Bolsonaro, não torce contra o Bolsonaro. A Folha faz jornalismo, o Bolsonaro ataca a Folha, mas isso não interfere no meu trabalho, no fato de eu ter um blog que cobre a direita, até o contrário, estabelece algumas pontes aí com esse eleitorado, com essas pessoas que são bastante representativas.

*O blog infelizmente não conseguiu publicar na segunda, dia em que foi feito a entrevista

Vai rolar app na Câmara.

A Câmara dos Deputados vai criar um aplicativo (plenário virtual) para poder fazer votações da casa através da internet.
O blog confirmou a informação de 'O Antagonista' com uma pessoa ligada a cúpula da Câmara e com o deputado Delegado Waldir (PSL - GO), que diz "que o aplicativo que será usado pelos deputados para as votações virtuais, em razão da pandemia do novo Coronavírus, ficará pronto em até uma semana. As reuniões presenciais — pelo menos é a ideia — vão ocorrer uma vez por semana, com um representante de cada partido."
"Os demais parlamentares poderão participar dos debates e votar pelo aplicativo" completa o site.

Esta pessoa ligada a cúpula da Câmara disse que "é isso mesmo."
Ainda, segundo está pessoa, não se tem mais nenhuma informação sobre este aplicativo feito pela Câmara.
Já segundo o deputado Delegado Waldir (PSL - GO), "não teremos votações polêmicas." "Será criado um aplicativo", completa o deputado.

Leia a íntegra da declaração do deputado Delegado Waldir (PSL - GO):
"Não teremos votações polêmicas. Será criado um aplicativo."

As manifestações ocorreram

Hoje, dia 15 de março, ocorreu as manifestações pró-Bolsonaro em várias cidades do país, mesmo com recomendações para que as pessoas evitem sair de casa, por causa do novo Coronavirus (COVID-19), estas manifestações estavam cheias.

O blog acompanhou durante o dia inteiro as manifestações.

Nós protestos tiveram "Fora STF", "Fora Congresso", "Ei, Alcolumbre! F*da-se" entre tantas outras palavras de ordem.

Entre os manifestantes tinham pessoas com máscaras verde-amarelo e outras sem nenhuma proteção.

Em Brasília e outros lugares do país, alguns políticos ligados ao presidente Bolsonaro e figuras públicas simpatizantes ao governo participaram das manifestações, como, por exemplo, o próprio presidente, a deputada Bia Kicis (PSL - DF) e a youtuber Karol Eller.
A principal forma encontrada pelos participantes para divulgar as manifestações foi através da rede social, exemplos distos foram Jair Bolsonaro, Bia Kicis (PSL - DF), Karol Eller, Daniel Silveira (PSL - RJ), .

A CNN Brasil, canal que estreou hoje, o presidente Jair Bolsonaro disse que "gostaria que eles saíssem às ruas como eu", afirmou o presidente. "Saiam às ruas e vejam como vocês são recebidos. O acordo não tem que ser entre nós no ar refrigerado. Tem que ser entre nós e o povo", disse Bolsonaro, falando sobre a necessidade de um acerto entre os poderes da República.

Mais cedo, Maia publicou em seu Twitter que Bolsonaro fez "pouco caso" da pandemia de coronavírus ao comparecer ao ato. Alcolumbre também cobrou responsabilidade do presidente. "É inconsequente estimular a aglomeração de pessoas nas ruas", disse. 

Segundo o presidente, a sua decisão de cumprimentar manifestantes em Brasília foi para "conferir o que estava acontecendo" e reiterou que a sua posição era a de evitar os protestos, por temer risco às pessoas idosas e demais grupos de risco. No entanto, fez uma ponderação de que há outras aglomerações, como transporte público e festejos de Carnaval.


Jair Bolsonaro afirmou que gostaria de se aproximar dos chefes da Câmara e do Senado. O presidente convidou Maia e Alcolumbre para uma reunião nesta segunda-feira (16) e disse que quer "deixar de lado qualquer picuinha que exista". 

O presidente disse que montará um gabinete de crise para tomar as providências necessárias. Para ele, o mais importante no momento é manter a economia funcionando.

"Quando você proíbe futebol e outras coisas, você parte para uma histeria. Proibir isso ou aquilo não vai conter a expansão", opinou. "Devemos tomar providências, pode se tornar uma questão bastante grave, a do vírus. Mas a economia tem que funcionar porque não podemos ter uma onda de desemprego".

Bolsonaro acredita que o desemprego poderia afetar a evolução da doença. "O desemprego leva pessoas que já não se alimentam muito bem a se alimentar ainda pior. Assim, ficam mais sensíveis e, uma vez sendo infectadas, pode levar até a óbito". 



"Uma pessoa de bem que morreu precocemente" diz senador Angelo Coronel sobre Bebianno

"Perde o Rio de Janeiro com sua ida (falecimento de Gustavo Bebianno)", disse o senador Angelo Coronel (PSD - BA).
Ao blog, o senador bahiano ainda disse que Bebianno era "uma pessoa de bem que morreu precocemente".


Bebianno era o então candidato do PSDB a prefeitura do Rio de Janeiro, também atuou na coordenação da campanha de Jair Bolsonaro à Presidência e acabou agraciado com a Secretaria-Geral da Presidência no início do novo governo federal.
Depois de uma crise relacionada às denúncias de candidaturas laranjas do PSL e de um embate público com Carlos Bolsonaro, foi também o primeiro ministro a ser demitido pelo presidente, de quem era adversário político.
Segundo Bebianno, "as denúncias das tais laranjas nada tem a ver comigo. Trata-se de dois problemas pontuais: um no estado de Minas, cujo indiciado é o atual ministro do turismo; e outro em Pernambuco, cujo indiciado é o Luciano Bivar. Nunca fui sequer investigado. Minha competência era nacional, e não estadual" disse ao blog em uma das várias conversas.

Leia a íntegra da declaração do senador Angelo Coronel:
"Uma pessoa de bem que morreu precocemente. Perde o Rio de Janeiro com sua ida."

Ainda nesse sábado, Bebianno será enterrado

Segundo O Antagonista, "O corpo de Gustavo Bebianno será enterrado neste sábado no Cemitério Municipal Carlinda Berlim, em Teresópolis, no Rio de Janeiro."


"A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou que a causa da morte de Gustavo Bebianno foi infarto" diz ainda o site que completa "o corpo do ex-ministro de Jair Bolsonaro já chegou ao cemitério, onde será velado."