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"Não temos nada a temer ou a esconder", diz Doria em entrevista exclusiva

O governador do Estado de São Paulo, João Doria concedeu uma entrevista exclusiva ao blog, que você pode ler na íntegra ao final da matéria.

Na entrevista o govenador do maior estado do país fala de vários assuntos.

Até o momento, o blog não tem o posicionamento de nenhum citado, assim que houver, essa matéria será atualizada.


"Os contratos de São Paulo já estão sendo investigados pelo Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado e não temos nada a temer ou a esconder" diz Doria nesta entrevista. Reprodução: Claudio Belli/Valor


O chefe do executivo de São Paulo falou sobre ser candidato pelo PSDB á Presidência da República e sobre a sua gestão a frente do governo de São Paulo. 

Durante a conversa com o blog, o tucano fez fortes críticas a Bolsonaro e seus auxiliares.

Na entrevista também foi falado sobre assuntos relacionados ao poder Judiciário, ao Congresso Nacional e sobre a gestão estadual.


Leia a integra da entrevista como o governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB):

Blog do Leonardo: Governador, agradecemos pela entrevista. Gostaria de saber se, eventualmente, o PSDB quiser, o senhor será candidato à presidência? E o senhor ainda acha que o PSDB terá um candidato, sendo que em uma postagem no Twitter o senhor comentou que é necessário um presidente que não seja Lula ou Bolsonaro?

Governador João Doria: Primeiramente, o PSDB vai debater e fazer suas prévias para fortalecer quem for escolhido como candidato do partido à Presidência de República. O meu nome está à disposição do PSDB, como estão os do governador Eduardo Leite, do senador Tasso Jereissati e do ex-prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto. Nos últimos 33 anos, o PSDB sempre apresentou alternativas para o Brasil. Teve o privilégio de eleger Fernando Henrique Cardoso por dois mandatos e ele se tornou um dos maiores nomes da política brasileira. Sobre Lula e Bolsonaro, a minha posição é clara: nem Lula, nem Bolsonaro. Eu estou ao lado de 52% dos brasileiros que, segundo a pesquisa DataFolha, não querem Lula ou Bolsonaro. O Brasil não quer e não precisa escolher entre o terror ou o horror. O Brasil não pode continuar sendo um país tão triste, abandonado e empobrecido como está. Tenho certeza que a mudança é possível pela democracia, pelo voto direto em 2022 para termos um governo honesto, transparente e transformador.


Blog: Governador, qual a sua opinião sobre a recondução de Augusto Aras, feita pelo presidente Bolsonaro, para a PGR? O senhor acredita que há crime de responsabilidade por parte do Governo Federal no enfrentamento à pandemia do Coronavírus?

Doria: Não cabe a mim fazer esse juízo, a escolha do Procurador-Geral da República é uma prerrogativa exclusiva do presidente, muito embora Bolsonaro seja duramente criticado por ter escolhido Aras, em ambas as vezes, fora da lista tríplice do Ministério Público Federal. Em relação à conduta do presidente no exercício do cargo, está bem claro que inúmeros crimes de responsabilidade foram cometidos de fato, mas essa análise cabe ao Congresso Nacional e aos Tribunais de Justiça. A ministra Rosa Werber já enviou ao Procurador-Geral uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro pela distribuição de cloroquina, e não de vacinas. Então não é um tema do Executivo, de um governador ou de um prefeito, mas sim um tema do Legislativo e, principalmente, do Judiciário.


Blog: Ainda falando sobre o presidente Bolsonaro, gostaria de saber como o senhor vê os trabalhos feitos pela CPI da Covid e a base do governo que cobra para que governadores e prefeitos também serem investigados? E as investigações que estão sendo conduzidas pela Polícia Federal?

Doria: Na minha visão, a CPI tem cumprido bem o seu papel, com muito vigor, coragem e firmeza. A CPI está buscando a verdade, está encontrando a verdade e, ao fim dos trabalhos no Senado, nós saberemos quem foi o maior culpado pelas centenas de milhares de vidas que o Brasil deixou de salvar na pandemia, amigos, parentes e pessoas que nós gostamos e que ainda poderiam estar vivas. Elas morreram por falta de vacina, de compaixão e de respeito por parte de um presidente que se aliou ao Coronavírus contra seu próprio povo. Já em relação aos trabalhos da Polícia Federal em relação a alguns Estados e Prefeituras, vejo com naturalidade investigar e fiscalizar o que for necessário, até porque investigar faz parte da democracia. Os contratos de São Paulo já estão sendo investigados pelo Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado e não temos nada a temer ou a esconder.


"Em São Paulo, continuaremos a fazer tudo o que estiver ao alcance do Governo do Estado para vacinar todos os brasileiros" diz Dória. Reprodução: Zanone Fraissat Folhapress/Zanone

Blog: Vindo de Brasília para São Paulo, o estado registrou, em junho, o menor índice de letalidade policial em oito anos. O que o senhor diz sobre isso e também se as câmeras nas fardas dos PM ajudaram nesse índice?

Doria: A redução nos índices gerais de violência em São Paulo é uma meta que buscamos desde o início de nossa gestão. Fazemos a sequência de um trabalho muito sério e bem-sucedido que os governos do PSDB conduzem há anos em São Paulo. Agora, é indiscutível que o uso das bodycams pela PM já mostra excelentes resultados e inspira outros estados na área da segurança pública. Fomos ousados e aliamos tecnologia ao trabalho da polícia mais preparada do Brasil, isso contribui de forma decisiva para a proteção dos próprios policiais e de toda a população. O projeto Olho Vivo é uma evolução tecnológica extraordinária ao trabalho da polícia e que terá expansões até o final da nossa gestão.


Blog: Governador, gostaria de saber como o Instituto Butantan trata o vídeo em que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello aparece com supostos intermediários da vacina da Coronavac?

Doria: É uma situação absolutamente lamentável sob qualquer aspecto. Enquanto o Governo de São Paulo e o Butantan trabalhavam diuturnamente para viabilizar a Coronavac de forma segura e com preço justo para os brasileiros, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em nome do governo Bolsonaro, negava a vacina e superfaturava seu preço nos bastidores. Uma vergonha nacional. Mas, em São Paulo, nosso objetivo sempre será combater a pandemia e vencer o negacionismo.

Blog: Governador, o senhor gostaria de responder aos comentários do presidente Bolsonaro sobre sua segunda reinfecção pelo coronavírus?

Doria: O comportamento grosseiro, chulo e preconceituoso de Jair Bolsonaro não ofende a mim, mas sim à instituição que é a Presidência da República. É um posicionamento indecoroso e reprovável não apenas diante do povo brasileiro, mas aos olhos de todo o mundo. Ele ofende a memória de centenas de milhares de brasileiros que perderam a vida para a COVID-19 e que poderiam estar vivos se o Ministério da Saúde tivesse garantido vacinas para todos ainda em 2020. Eu sou grato à ciência e à medicina, porque fui diagnosticado pela segunda vez com COVID-19 e passei ileso pela doença, porque estava protegido pelas duas doses da vacina do Butantan, a vacina da vida, a vacina do Brasil. Em São Paulo, continuaremos a fazer tudo o que estiver ao alcance do Governo do Estado para vacinar todos os brasileiros.