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Entrevista: Marcos Uchôa fala sobre sua carreira de jornalista

Marcos Uchôa Cavalcanti ou simplesmente Marcos Uchôa é um jornalista brasileiro. Participou de oito copas do mundo e 10 olimpíadas. Além disso, entrevistou grandes nomes, como Pelé, Ayrton Senna, Michael Jordan, Michael Phelps, Mike Tyson, Ronaldo Fenômeno, Michael Schumacher e outros.

Marcos Uchôa fala sobre sua carreira de jornalista. Reprodução: Imagem Globo/UOL/Splash

O blog teve o prazer de conversar com esse grande jornalista, então acompanhe conosco essa aula.

Veja em vídeo ou também pode em formato de podcast, clicando aqui.




De Datena a garoto-propaganda, Márcio Canuto conta histórias de sua trajetória no jornalismo

Em entrevista a este blog, o jornalista Márcio Canuto contou desde do convite feito por Datena para voltar a televisão na TV Bandeirantes, coberturas que fazem parte de sua trajetória, até histórias com Jacozinho (personagem que ficou marcado em suas matérias) e de sua ida a publicidade, com aquela alegria que se tornou sua marca registada.
Luiz Márcio Accioly Canuto, mais conhecido como Márcio Canuto é um repórter e jornalista brasileiro que teve passagem, entre outros veículos, pela TV Globo e nasceu em Maceió, Alagoas.

Assista a entrevista no YouTube e no podcast.




Jota Júnior: "Luciano do Valle, além do grande amigo que tive, foi um dos que acreditaram em mim como narrador de TV."

José Francischangelis Júnior, ou simplesmente Jota Júnior é um jornalista e locutor esportivo. Atualmente trabalha como locutor nos canais SporTV e Premiere. Está no Premiere desde 1999. Passou, entre outros veículos, na Rede Bandeirantes.

Jotinha, como é conhecido pelos amigos, é um dos mais competentes, queridos e populares narradores da televisão brasileira.
E concedeu entrevista para o blog.
Obrigado Jota pela entrevista.

Blog do Leonardo: Jota como foi a mudança do rádio para a televisão?
Jota Júnior: A mudança foi delicada, no rádio você tem que descrever tudo o que está acontecendo dando uma entonação mais vibrante, na televisão a imagem já mostra tudo. O narrador é apenas um ilustrador do que o telespectador está vendo e não precisa tentar dar uma emoção que muitas vezes o espetáculo não tem. Levei algum tempo até me adaptar à linguagem televisiva.

Blog do Leonardo: A Bandeirantes foi o momento que mudou a sua carreira?
Jota Júnior: Tive vários momentos em que minha carreira foi mudando de rumos.  Desde os tempos de rádio. Mas a passagem para a televisão foi quem definiu meu futuro profissional.

Blog do Leonardo: Hoje você está no SporTV e Premiere FC. O que o rádio te ensinou que ainda hoje você usa na tv?
Jota Júnior: Os ensinamentos do rádio são valiosos porque te dão segurança e personalidade, fazendo com que você se sinta bem à vontade para desempenhar o papel de comunicador. O rádio dá lastro. Em momentos numa transmissão onde a bola para, por diversas razões, o improviso adquirido no rádio entra em campo.

Blog do Leonardo: O que você conseguiu trazer do rádio para tv?
Jota Júnior: Eu trouxe do rádio exatamente o que relatei no ítem anterior. A segurança, a fluência e o improviso quando se torna necessário numa transmissão de TV. É o que segura a onda quando, por exemplo, um jogo é paralisado por questões de falta de energia, queda de sinal e tudo mais.    Além do diálogo com comentarista e repórter durante a jornada.

Blog do Leonardo: Na sua opinião, é muito difícil a adaptação da tv para o rádio?
Jota Júnior: É difícil desde que você narrador não queira levar para a televisão o que se faz no rádio. Ritmo acelerado na televisão, como se faz no rádio, já está provado que não é compatível, pois confronta com as imagens que todo mundo está vendo. Fica cansativo para o telespectador. Isso de acordo com pesquisas já feitas.

Blog do Leonardo: Jota qual foi o papel do Luciano do Valle na sua vida?
Jota Júnior: Luciano do Valle, além do grande amigo que tive, foi um dos que acreditaram em mim como narrador de TV. Houve mais gente que me deu oportunidade, mas Luciano apostou todas as fichas e abriu caminho para que eu trilhasse profissionalmente.

Blog do Leonardo: E o Milton Neves, qual foi o papel dele na sua vida?
Jota Júnior: Com o Milton Neves nunca tive a oportunidade de trabalhar. Ele sempre me elogiou em seus programas, tivemos papos rápidos e agradáveis socialmente, já fui entrevistado por ele em seu programa dominical, um profissional que dispensa comentários.

Blog do Leonardo: Jota o Milton te elegeu como presidente da Associação Brasileira da Bondade Total da Crônica Esportiva. Como é isso para você?
Jota Júnior: Milton Neves tem um carinho grande por mim, e é recíproco. Até exagera quando me elege como alguém totalmente do bem, e tal. Mas é claro que fico feliz e muito grato a ele pela gentileza.

Blog do Leonardo: Jota muitos vem você como inspiração. Como é isso para você?
Jota Júnior: Quando me dizem que sou um profissional que inspira jovens locutores aumenta a minha responsabilidade.   Paro, penso e procuro não decepciona-los.   E é claro que me gratifica muito.

Blog do Leonardo: Qual é a dica que você dá para quem ve você como exemplo e inspiração?
Jota Júnior: É sempre muito difícil dar dicas a alguém, pois não me julgo capaz de traçar diretrizes, mas o que sempre procuro é passar um pouco do que já vivi, alertar, falar da responsabilidade que temos com o microfone na mão. Jamais se deixar levar pela onda da fama e do sucesso pois tudo isso é irrelevante. É prazeroso ser referência para as pessoas, obviamente, mas cada um tem sua personalidade, seu perfil, seu caminho a seguir. Nunca me furto a dar opiniões sobre o que me pedem, mas sempre devo respeitar a vontade e as aptidões de todos.

Lauro Jardim: "Foi um marco dentro do jornal O Globo"

Lauro Jardim é um jornalista brasileiro que nasceu no Rio de Janeiro, foi Redator-chefe e colunista da Revista Veja na coluna "Radar", criou o "Radar On-Line", ficou na Veja, revista semanal de maior circulação do país até setembro de 2015, passou também na Istoé, no Jornal do Brasil, na revista Exame e atualmente é colunista do jornal O Globo, a onde também tem um podcast com Fernando Gabeira, chamado "Lauro e Gabeira".


Jornalista Lauro Jardim, colunista do O Globo. Reprodução: Agência O Globo/Carlos Ivan.

Ele conversou com o blog na quarta-feira passada (13) e falou sobre a reportagem que revelava a delação feitas pelos irmão Batista, da JBS; sobre sua volta em 2015 ao O Globo e sobre o jornal; sobre coluna a "Radar" e a criação da "Radar On-Line" e sobre jornalismo. 



Então veja a entrevista em vídeo no YouTube, clicando aqui, e também no podcast do blog.

Eduardo Castro, apresentador do Grupo Bandeirantes conta um pouco sobre sua trajetória

Em uma entrevista para o blog, Eduardo Castro, apresentador do grupo Bandeirantes, falou sobre sua trajetória.

Eduardo Castro participando do canal SporTV. Foto: Reprodução SporTV/Que Fim Levou (3 tempo - Milton Neves).


Eduardo Castro, atualmente apresentador no BandNews/BandSports (Grupo Bandeirantes), teve passagens pela Zap Viva (Angola), Esporte Interativo, SBT (Rio de Janeiro), TV Brasil, TV Sucesso (Moçambique), Voz da América, Rádio Bandeirantes, Rádio Nacional e Rádio Golo FM (Portugal). Começou carreira na Rádio Trianon de São Paulo em 1993, como radio-escuta, recrutado por Maria Elisa Porchat. Foi correspondente internacional nos Estados Unidos e em países africanos. Esteve em diversos países e cobriu muitos acontecimentos importantes, como a morte do Papa João Paulo 2 e o atentado de 11 de setembro.

Eduardo Castro ao centro. Foto: Reprodução Que Fim Levou (3 tempo - Milton Neves).

Veja, a seguir, a entrevista em completa em vídeos, a parte 1 e a parte 2






Helio Schwartsman: "Eu talvez tenha perdido um pedaço dessa repercussão porque estou fora das redes sociais."

Hélio Schwartsman é um filósofo e jornalista brasileiro. É editorialista do jornal Folha de S.Paulo desde 1998, onde foi editor de Mundo e Opinião. Publicou Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão em 2001.

Helio Schwartsman. Imagem: Avener Prado/Folhapress

Escreve para a Folha(versão impressa) diariamente, exceto às segundas e quintas. Semanalmente, as quintas, na Folha.com ele mantém uma coluna de opinião. Também vale ressaltar, que o presidente Bolsonaro testou positivo pra Covid e Hélio escreveu em sua coluna o texto: "Por que torço para que Bolsonaro morra", o que causou um 'burburinho' em cima desse texto da sua coluna.
Mesmo com um dia movimentado, Helio Schwartsman topou dar está entrevista para o blog.

Blog do Leonardo: Você é editorialista do jornal Folha de S.Paulo desde 1998 como é ocupar este cargo? E também você foi editor de Mundo e Opinião do jornal, como também é isso?
Helio Schwartsman: Como editorialista, eu escrevo um dos editoriais não assinados do jornal por semana. São os que constituem a opinião da Casa. Além disso, escrevo, também na pág. 2, cinco colunas por semana. Essas são assinadas e representam a minha opinião pessoal, não a do jornal. O editor de opinião é basicamente quem coordena os editoriais, que são escritos por uma equipe relativamente grande. O editor de mundo é o responsável pelas notícias internacionais.

Blog do Leonardo: Mais recentemente, um de seus textos, publicados na Folha, gerou uma repercussão, como você viu essa repercussão? E como você lida com as pessoas que te crítica e com quem acreditam que você foi corajoso para falar o que outros não falaram?
Helio Schwartsman: Eu talvez tenha perdido um pedaço dessa repercussão porque estou fora das redes sociais. Mas, mesmo assim, recebi muitos emails. Como jornalista, em especial jornalista de opinião, você aprende a conviver com críticas e acaba criando uma casca grossa. Elogios são mais fáceis de receber.

Blog do Leonardo: Você publicou o livro Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão em 2001, conta mais dele?
Helio Schwartsman: Nossa, já faz tanto tempo. É de 2001. É uma tentativa minha de escrever um romance. Se passa no Afeganistão e é a busca por um antiviral.

Blog do Leonardo: Queria saber qual é a sua visão, em relação, a atual situação do Brasil e também além Brasil?
Helio Schwartsman: O mundo vive um momento extremamente delicado, que junta pandemia com recessão e, em vários países, uma crise política que tem levado à eleição de líderes populistas antissistema. No Brasil, temos tudo isso agravado por um sério problema fiscal e uma liderança inepta, que piora o enfrentamento da questão sanitária.

Blog do Leonardo: Por fim, o que você diria a quem é jovem e pensa seguir em uma carreira parecida com a sua?
Helio Schwartsman: O jornalismo também passa por um momento muito delicado, em que as empresas buscam um novo modelo de negócios. Muitos jornais estão fechados e outros reduzindo suas equipes. É um cenário de crise, mas isso também significa momento de oportunidades.

Cristiana Lôbo: "No jornalismo não existe atalho. Existe trabalho"

Cristiana dos Santos Mendes Lôbo ou apenas Cristiana Lôbo, como é conhecida, (Morrinhos, 2 de fevereiro de 1958) é uma jornalista brasileira em atuação na GloboNews.

A jornalista Cristiana Lobo, da Globo News. Reprodução: Divulgação/TV Globo/UOL

Acompanha a política brasileira desde 1982. Cobriu os governos João Figueiredo, José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Atualmente, comenta os bastidores de Brasília, as decisões do governo federal e as negociações com o Congresso Nacional.
E ela, no meio da correria da profissão, topou conceder está entrevista.

Blog do Leonardo: Cristiana como você vê as trocas dentro do Planalto e as alianças do governo?
Cristiana Lobo: O presidente Jair Bolsonaro tem estilo peculiar e gosta de ter a seu lado, nos cargos com gabinete no Palácio do Planalto, aqueles que já conhece há mais tempo e que são de sua confiança pessoal. Digo isso porque outros presidentes tiveram ministros no Planalto selecionados pela competência. Bolsonaro seleciona pela confiança de sua família. As alianças do governo fazem todo o sentido. Nenhum presidente consegue governar sem uma base no Congresso. O que despertou a atenção foi o fato de ele ter dito na campanha que não faria alianças e nem toma-la-da-ca, e agora fez. Por necessidade. Por temer um processo político contra ele. A aliança do "centrão" com Bolsonaro tem uma vantagem sobre a aliança do mesmo "centrão" com os governos do PT: é que o "centrão" é tão conservador quanto Bolsonaro. Antes, os governos petistas progressistas tinham como base partidos conservadores. Isso tornava a relação ainda mais difícil.

Blog do Leonardo: Cris, qual é a sua visão da atuação do presidente Jair Bolsonaro e de suas atitudes?
Cristiana Lobo: O presidente Bolsonaro é uma pessoa impetuosa e de rompantes. Nós (brasileiros) não somos acostumados a isso. Os presidentes sempre são mais resguardados por suas equipes e se expõem menos, falam menos. Ele fala muito, é muito incisivo e fala direcionadamente à sua base mais fiel. Por isso gera tanto espanto. Mas ele quer mesmo é fidelizar este eleitor mais conservador.

Blog do Leonardo: O presidente indicou o ex-ministro Abraham Weintraub ao Banco Mundial, como um episódio, nesta semana, de polêmica do governo. Como você vê o governo se colocar em polêmicas, tanto o presidente Bolsonaro, quanto seus subordinados?
Cristiana Lobo: O presidente quis encontrar um cargo para Weintraub e o Banco Mundial é uma espécie de sinecura... apenas um cargo. Inadequado, vale dizer. O Banco Mundial é preocupado com questões contemporâneas como direitos humanos, a questão ambiental, as minorias. E Weintraub é o avesso disso - tanto que seu último ato foi revogar portaria que previa cota para negros em universidades. Só podemos dizer que eles não teme polêmicas.

Blog do Leonardo: Cris, você tem um blog no G1 e é comentarista na GloboNews, qual é a sensação?
Cristiana Lobo: A sensação é que estamos num liquidificador...rs. Todos os dias uma crise nova se instala. A crise não termina e chega outra e toma conta do noticiário. É um governo intenso em algumas questões e me parece alheio em outras. O presidente só se dedica a alguns problemas. Outros, ele ignora.

Blog do Leonardo: Cris, você faz parte da equipe de grandes jornalistas da Globo. Como que é a sensação sobre isto?
Cristiana Lobo: Olha, eu trabalho todos os dias, desde a parte da manhã até a noite, como sempre fiz, desde que comecei na profissão. No jornalismo não existe atalho. Existe trabalho. Se estou numa grande emissora, isso é resultado de muitos anos de trabalho. Já completei 40 anos de profissão, aqui em Brasília.

Caio Junqueira: "Eu sou muito feliz aqui, sou muito feliz" diz sobre estar na CNN Brasil

Caio Junqueira é jornalista especializado em política, com passagens por Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Valor Econômico e revista Crusoé, a onde, neste último, ocupava o cargo de repórter sênior. Hoje é âncora da CNN Brasil.

Caio Junqueira na cidade de Brasília. Reprodução: Twitter/CNN Brasil

O blog agradece ao Caio Junqueira por ter concedido está entrevista e também a CNN que o autorizou.


Veja a íntegra da conversa, que foi gravada: 
Blog do Leonardo: A primeira pergunta Caio, é assim, recentemente, mais precisamente, agora na sexta, o Fabrício Queiroz foi preso. Como que você viu está prisão? E você acredita que isto poderá interferir no governo?
Caio Junqueira: Léo, eu acho que essa prisão ela pode trazer muitos problemas para o governo, porque o Fabrício Queiroz é um amigo do presidente Jair Bolsonaro a muitos anos e ele é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e ele está preso! E o que a gente tem de informação, é que essa prisão pode leva a uma delação premiada na qual o Fabrício Queiroz vai ser instado a contar tudo o que sabe sobre a família Bolsonaro, então, de fato, pode sim gerar muitos problemas para o governo.

Blog do Leonardo: Ainda nessa esteira, só para pegar assim, como você vê a questão do sítio a onde o Fabrício Queiroz foi preso era do Frederick Wassef?
Caio Junqueira: E qual é a pergunta sobre o sítio, a casa?
Blog do Leonardo: Como você a questão dele ter sido preso, lá nesse sítio, em relação a ser do Frederick?
Caio Junqueira: Então é um super agravante, o fato do Queiroz estar na casa do advogado da família Bolsonaro. É um super agravante, que o governo precisa explicar, na verdade, mais do que o governo explicar, o Flávio Bolsonaro precisa explicar, o próprio Frederick precisa explicar, isso não foi explicado ainda, mas é um fator que agrava esse cenário todo.

Blog do Leonardo: Falando no governo ainda, mas mudando um pouco o cenário, como você está vendo o relacionamento do Planalto com o judiciário? Você acredita que depois da saída do Weintraub isso vai mudar?
Caio Junqueira: Não acredito que a saída do Weintraub vá mudar, mas ela vai amenizar essa relação tensa do executivo com o judiciário, eu acho que o Palácio do Planalto já vem dando ali alguns sinais no sentido de pacificar essa relação, principalmente depois do dia 31 de maio, que foi quando teve a primeira operação dentro do inquérito das Fake News contra militantes bolsonaristas, desde aquele dia o governo já sentiu que se ele não dialogasse com o poder judiciário poderia piorar a situação política dele, então a 'cabeça', vão dizer assim, do Weintraub não é uma condição para estabilizar e pacífica por completo a relação, mas a demissão do Weintraub é uma sinalização do governo nesse sentido, que o judiciário considerava quase como uma condicionante para começar a sentar para conversar com o governo.

Blog do Leonardo: Ainda falando de relações entre ali os três poderes, como que você está vendo a aproximação do governo com o Centrão? E isso pode ter relação do Planalto com o Congresso?
Caio Junqueira: Aproximação do governo com o Centrão é uma necessidade do governo para formar uma base parlamentar solida que ajude tanto na agenda econômica do governo, que será necessária para recuperar a economia depois da pandemia do Coronavírus, como também para dar uma sustentação política caso alguma dessas investigações que estão em curso no poder judiciário avancem no entorno do presidente Jair Bolsonaro, pessoas muito leal ao presidente Jair Bolsonaro, então é uma questão de necessidade e isso tem dado certo, tem dado certo até agora, tem dado certo a aproximação do governo com o Congresso, tanto que Congresso hoje não é uma ameaça ao presidente Jair Bolsonaro, muito ao contrário, o Congresso tem auxiliado o governo a se sustentar politicamente, mesmo em meio a todas as essas investigações que estão alí, a todos os inquéritos em curso no poder judiciário.

Blog do Leonardo: Ainda falando de Congresso, como que você vê a questão do inquérito das Fake News, você acha que ele é legítimo, porque ele acabou se criando muita discussão, principalmente, por causa do fato de pessoas ligadas a militância bolsonaristas estar sendo alvo desses inquéritos tanto no Supremo, quanto na questão da CPMI das Fake News?
Caio Junqueira: Eu acho que o inquérito das Fake News desde a sua abertura, ele tem um questionamento, vários questionamentos que são muito legítimos e, que é difícil você compreender e você aceitar que a mesma pessoa que investiga, é a mesma pessoa que julga, é a mesma pessoa que conduz uma investigação, então, sem a participação de Ministério Público, sem que advogados dos investigados possam ter acesso aos atos, então ele é muito questionável sobre esse aspecto, desde o começo ele foi muito questionado. Mas o Supremo Tribunal Federal considerou nessa semana que ele é legítimo, muito mais como um gesto político, assim de união, em face do que eles consideram ataques do poder Executivo contra o Supremo Tribunal Federal, então juridicamente o Supremo Tribunal Federal referendou o inquérito das Fake News.

Blog do Leonardo: É mudando, pulando ali os lugares da praça dos três poderes, como que você está vendo, ela em geral, a atuação contra o combate a pandemia. Você acha que existe um equilíbrio entre saúde e economia nesse combate?
Caio Junqueira: Eu acho que o país, o Brasil de uma maneira geral, não se organizou para o combate a pandemia, ninguém se organizou, quando todos os sinais da China vieram de que a crise seria grande, acho que ninguém acreditou, as autoridades não acreditaram que a crise viria para cá, ninguém boto fé, que o novo Coronavírus viria com força para o Brasil e quando cairam na real que era um problema, era tarde de mais e aí começou esse discurso, se é saúde, se é econômia, o que se deve ser priorizado, mas como não tinham se organizado para nada, a gente caiu nesse buraco todo e o Supremo Tribunal Federal de fato decidiu que os estados e municípios tem autonomia para tomar suas decisões, as suas estratégias, então a questão operacional ficou muito a cargo dos estados e municípios, por outro lado o presidente Jair Bolsonaro ele ficou focando a estratégia do governo, a narrativa do governo de que era preciso olhar tanto a questão de saúde, quanto a questão econômica, porque, uma hora a questão de saúde pública vai passar, mas vai ficar o buraco na economia, então ele tenta ali implementar essa narrativa de que ele tentou desde o começo cuidar da econômia, foi impedido pelo Supremo Tribunal Federal, porque? Porque daqui um ano quando a pandemia passar, o que vai restar vai se o buraco economico, então tem muito uma questão de narrativa, aí. Tem a narrativa dos prefeitos, a narrativa dos governadores, que a propósito, por sinal estão começando a flexibilizar o isolamento, porque as pessoas também precisam trabalhar, não aguentam mais fica em quarentena, então de uma maneira geral, na minha avaliação o país não se organizou para o Coronavírus e todas as esferas, tudo que aconteceu depois daí, virou embate político sobre narrativas, sobre os mortos, sobre os desempregados, sobre impacto na econômia, mas tudo decorre de uma falta de organização lá no começo sobre isso. 

Blog do Leonardo: Você falou do governo federal, dos estaduais e municipais, como você vê essa relação entre eles? É como você analisa, toda está questão de governo estaduais, municipais e o governo federal?
Caio Junqueira: Eu avalio que não é uma boa relação, não é uma boa relação e a pandemia piorou essa relação que já não era boa. No momento em que o Supremo Tribunal Federal disse que os estados e municípios tem autonomia para decidir sobre os fundos de combate a pandemia, isso piorou, porque o presidente Jair Bolsonaro acha que tem que ser uma linha e os estados acham que tem que ser outra e as pessoas continuam a morrer, a economia amplia o seu buraco, então a pandemia de fato piorou a relação entre a presidência da República e os governadores, começou a se ter uma tentativa de reaproximação, uma vezes por semana, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com todos os governadores, então deu uma sensível amenizada, uma sensível melhora nessa relação, mas ela não é boa e não acredito que ela vá melhorar 100% daqui em diante.

Blog do Leonardo: Só para fechar alí a questão de poder, recentemente o ator Mário Frias foi o indicado do presidente a Secretária Especial da Cultura, como que você viu essa indicação? E como você vê a nova relação do Planalto e imprensa, já que agora foi nomeado o deputado Fábio Faria como ministro das comunicações? Isso pode mudar alguma coisa nesse cenário?
Caio Junqueira: Então vamos lá, são duas coisas. Sobre cultura, o Mário Frias era praticamente alí o que sobrou, o que restou, não há uma boa relação da classe artística com o governo federal, já é o 4, salve engano, nomeado e é uma área muito difícil, porque o governo considera que é uma área dominada pela esquerda, então eles tem muita dificuldades de enfrentar a sua visão, sua estratégia, enfim não vejo que a nomeação do Mário Frias vá melhorar essa relação, ela vai ser sempre tensa, tanto que é a área de governo, mais problemática, no sentido de que ninguém fica nesse cargo por muito tempo, essa é o que eu acho. Sobre relação com a imprensa, de fato a nomeação do Fábio Faria, eu acho que pode ser sim, porque o deputado Fábio é muito bem relacionado com a imprensa, então e essa, até a onde eu sei, é uma das missões dele, é tentar fazer essa costura entre governo e entre imprensa, que não significa que vá melhor a relação direta do presidente Jair Bolsonaro com a imprensa, porque ele tem todas as críticas alí a imprensa, a imprensa que cumprindo o seu dever, também tem todas as críticas a ele e ao seu governo.

Blog do Leonardo: E para fechar aqui o Caio, como que está sendo estar na CNN, que é o maior canal do mundo?
Caio Junqueira: O que eu posso dizer é que eu sou muito feliz aqui, sou muito feliz e me sinto com a liberdade para trabalhar, gosto das pessoas com que trabalho, eu sou feliz aqui e o que posso te dizer.

Denise Campos de Toledo: "Talvez na época não tenha avaliado muito bem" sobre o Prêmio Esso de Jornalismo.

Denise Campos de Toledo (São Paulo, 1 de novembro de 1965) é uma jornalista, economista e escritora brasileira.
Denise Campos de Toledo. Reprodução: TV Gazeta

Tem passagem por vários veículos, como no jornal O Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde, Rádio Eldorado, TV Cultura, Rede Manchete, AOL e Rede TV. Atualmente é apresentadora do Jornal Jovem Pan e comentarista do Jornal da Manhã, na Rádio Jovem Pan, além de ser comentarista de economia do Jornal da Gazeta.
E concedeu esta entrevista para o blog, desde já Denise muito obrigado pela entrevista.

Blog do Leonardo: Denise para começar,  O que você acha da ajuda do governo a população mais pobre?
Denise Campos de Toledo: Eu acho o auxílio emergencial muito válido, assim como a ampliação do Bolsa Família. Não tinha outra forma de dar suporte à população informal e desempregada para sobreviver durante o isolamento social. Houve e ainda há graves problemas operacionais, gente que não consegue se cadastrar, mas tem sido fundamental. Acho que pode ser prorrogado caso a pandemia não seja controlada no prazo previsto.

Blog do Leonardo: Denise você acha que a quarentena deve acabar?
Denise Campos de Toledo: Acho que a quarentena deve acabar quando a pandemia estiver controlada, inclusive, por uma responsabilidade maior da população, para voltar a trabalhar com todos os cuidados possíveis para evitar o contágio. É preciso segurança, principalmente, quanto à capacidade de o sistema hospitalar atender à curva de contaminação.

Blog do Leonardo: Na sua opinião, quais danos da crise a economia terá?
Denise Campos de Toledo: A economia vai enfrentar uma recessão histórica, com aumento expressivo do desemprego, aumento do endividamento das empresas e pessoas, quebra de muitas empresas , piora das finanças públicas, com um rombo muito superior ao previsto, além do aumento do endividamento também do governo.

Blog do Leonardo: Denise o que você acha que precisa para a economia voltar a crescer como está caminhando para isto antes da crise?
Denise Campos de Toledo: A crise já está instalada. O importante é acelerar a liberação de crédito para as empresas, para evitar aumento muito maior do desemprego e da quebradeira. Depois será preciso estimular os investimentos em infraestrutura, com concessões, privatizações, o que demanda um ambiente de maior confiança, que passa pela pacificação da política. O atual ambiente político desestimula até investimentos empresariais domésticos, fora a atração do capital externo. Para se obter maior confiança também é preciso estabelecer regras que deem segurança para quem for investir na infraestrutura, com novos marcos regulatórios, como no saneamento, além de retomar a agenda de reformas e propostas que reafirmem o compromisso com o ajuste fiscal.

Blog do Leonardo: Qual é a sua opinião sobre a atuação da atual equipe econômica?
Denise Campos de Toledo: Ainda vacilam em alguns pontos até pelo inesperado da situação. Tiveram de alterar completamente o foco da política econômica. Não conseguiram vencer todas as questões operacionais. E ainda precisam estabelecer posições mais realistas tanto no combate aos impactos da pandemia como nas condições de retomada.

Denise Campos de Toledo. Reprodução: Reprodução

Blog do Leonardo: Você teve passagem no jornal O Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde, na Rádio Eldorado, também pela TV Cultura, Rede Manchete, AOL e Rede TV. Para você o que você leva de bom dessa sua trajetória?
Denise Campos de Toledo: Experiência. Veículos diferentes, linguagens diferentes, desafios pessoais e profissionais.

Blog do Leonardo: Em 1987, você ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo pela série de matérias “Diga Não ao Leão”, que levou o governo a alterar as regras de tributação da declaração do imposto de renda daquele ano. Como que foi isso para você?
Denise Campos de Toledo: O Prêmio Esso foi uma excelente surpresa. Estava muito no começo da profissão. Talvez na época não tenha avaliado muito bem. Era uma equipe trabalhando por uma causa popular e o prêmio maior foi o governo ter alterado as regras do imposto de renda. O prêmio foi o reconhecimento desse trabalho 

Blog do Leonardo: Por fim, o que você espera do futuro? Existe ainda algum sonho dentro do jornalismo e até na economia que você ainda não realizou?
Denise Campos de Toledo: Minha carreira foi acontecendo, oportunidades surgindo ou eu indo atrás quando tinha alguma dificuldades. Enfrentei a quebra da Manchetes, várias mudanças de direção de jornalismo, em várias empresas. Tive problemas com chefias, o que é bem comum. Nunca encarei como sonhos. É trabalho, desafio, que muitas vezes envolve também questões pessoais. Sigo tentando fazer e conseguir o melhor, com ética e profissionalismo.

Neto: "A qualidade da boleirada aqui caiu demais"

José Ferreira Neto, mais conhecido como Craque Neto, é um ex-futebolista e comentarista esportivo brasileiro. Atualmente, é apresentador dos programas Baita Amigos e Os Donos da Bola, do Grupo Bandeirantes. 

Neto, apresentador de 'Os Dono da Bola' da TV Bandeirantes (Band).
Reprodução: Divulgação/UOL Esporte

Craque Neto, nesta entrevista concedida ao blog, não fugiu de nenhuma pergunta, como de costume, e respondeu a todas. Desde de já, o blog agradece ao Neto pela entrevista.

Blog do Leonardo: Uma das coisas que mais foi assunto no cenário do debate público neste últimos dias, entre tantas coisas, foi a suspensão de partidas de diversas modalidades. O que você acha disso?
Neto: Sinceramente acho correto. A saúde das pessoa é prioridade. Se os órgãos de saúde estão orientando a favor de parar, vamos parar e não reclamar.


Blog do Leonardo: Você acha que a CBF fez o certo de suspender as partidas nacionais?
Neto: Fez certo. Mas estão loucos para voltar porque a força dos compromissos comerciais parece imperar.


Blog do Leonardo: O que você acha da COVID-19 (Coronavirus)?

Neto: É complicado. Mas tudo indica que é um vírus de contágio rápido e que ataca mais os idosos. Temos que seguir os protocolos e cumprir a quarentena. Logo mais (se Deus quiser!) inventam a cura.  


Blog do Leonardo: Mudando de futebol para a saúde, na sua opinião o Brasil acerta nas medidas contra o Coronavirus?
Neto: O presidente anda dando mau exemplo. Aliás, nosso governantes estão batendo a cabeça e existe muita desinformação. Mas acredito que o correto é seguir as recomendações da OMS.


Blog do Leonardo: Você vê muita diferença entre o futebol praticando dentro e fora de campo no Brasil para com o resto do mundo?
Neto: Sim, claro! A diferença técnica é monstruosa. A qualidade da boleirada aqui caiu demais. 

Craque Neto.
Reprodução: Twitter/10neto

Blog do Leonardo: Você tem um programa de TV aberta, a repercussão é maior que na TV fechada?
Neto: Claro!


Blog do Leonardo: Você acha que existe craques hoje em dia no Brasil, pois você é um?
Neto: Tem poucos. Quase todos hoje jogam no Flamengo.


Blog do Leonardo: Como que é a sua relação com as redes sociais?

Neto: Sou bem ativo. Uso e atualizo todos os dias.


Blog do Leonardo: Você torna, muitas vezes, memes, o que você acha disso?
Neto: Adoro. Faz parte de quem está na mídia.


Blog do Leonardo: O que você acha de as pessoas te chamarem de 'craque Neto'?

Neto: Acostumei. Quem não gosta de mim, critica. Mas fui considerado dois anos seguidos (90 e 91) o melhor jogador do País. Então bola eu joguei um pouco.

Andrei Kampff: "Uma rotina diferente, e que tem me deixado muito animado"

Andrei Kampff de Melo, conhecido apenas como Andrei Kampff nasceu em Porto Alegre (RS) no ano de 1974. É formado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs/RS) e em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS).

Reprodução: Portal dos Jornalistas

Começou a carreira em 1992 na rádio Guaíba quando tinha dezoito anos de idade, cobrindo as eleições para prefeito de Porto Alegre. Depois, estagiou durante seis meses na TVE.
Em 1993, entrou na RBS TV como estagiário.  Após um ano e oito meses, virou repórter da emissora. Também apresentou os programas RBS Esporte e Lance Final.
No ano de 2003, foi para a Rede Globo Nordeste, em Pernambuco, e em 2005 transferiu-se para a sede da emissora de São Paulo, onde era repórter especial e apresentado tanto do Globo Esporte local quando para do Globo Esporte na rede nacional. Também fez o boletim Esporte Cidade na rádio Cidade FM, apenas para a cidade de Porto Alegre.
Hoje trabalha como comentarista do Dazn, em seu escritório de direito e no portal Lei em Campo. É casado com a jornalista Marcela Rafael.

Blog do Leonardo: Andrei a primeira pergunta que eu queria fazer é sobre a TV Globo. Como que está sendo após está tua saída?
Andrei Kampff: Uma rotina diferente, e que tem me deixado muito animado. Hoje tenho 3 frentes de trabalho. Meu escritório de direito, o Dazn e o portal Lei em Campo. Cada um me exige de um jeito diferente, o que me faz aprender diariamente.

Blog do Leonardo: E qual é a bagagem que você levou da TV Globo?
Andrei Kampff: Foram 25 anos. Muito do que sei devo ao trabalho que exerci lá por tanto tempo. Principalmente a essência do jornalismo, que é informar com responsabilidade. Mas hoje os veículos que trabalho tem linguagem diferente, minha função é outra, e o trabalho passa a ser novo e desafiador.

Blog do Leonardo: Como que é trabalhar em uma plataforma de streaming, como o Dazn?
Andrei Kampff: Ótimo. Eu, Dudu Monsanto e Leandro Mamute começamos nesse projeto ainda antes da empresa se instalar no Brasil. Ser pioneiro nesse projeto pioneiro nos dá um orgulho, mas também nos traz uma responsabilidade gigante.

Blog do Leonardo: O que você acha que vai ser dos estaduais que, em sua grande maioria, estavam nas fases finais?
Andrei Kampff: Vão encontrar datas pra eles. A CBF tem um compromisso político com as Federações.

Blog do Leonardo: Você acha que a CBF fez o certo de suspender as partidas nacionais?
Andrei Kampff: Não tinha outra atitude possível.

Blog do Leonardo: Mudando de futebol para a saúde, por um instante, na sua opinião o Brasil acerta nas medidas contra o Coronavirus e o que você acha da COVID-19 (Coronavirus)?
Andrei Kampff: Uma crise de saúde pública nunca antes vivida. É hora de todos fazerem a sua parte e cuidarem do próximo, evitando convívio social.

Blog do Leonardo: Ainda em um tema sobre a saúde, por mais um tempo, mas como a crise está afetando sua rotina?
Andrei Kampff: Mudou completamente. Não tenho viajado pra comentar jogos, não renhido ao escritório. Fico em casa com a Marcela e meus filhos o tempo inteiro. Trabalho em casa, com celular e computador, e ajudo meus filhos, cozinho, cuido da mesa, lavo louça. Só saio para supermercado.

Blog do Leonardo: Você pode explicar o seu trabalho no 'Lei Em Campo'? Você também tem um blog no UOL, o que você fala lá?
Andrei Kampff: Além de jornalista sou advogado. O Lei em Campo é uma plataforma jornalística de conteúdo jurídico-desportivo. Junto minhas duas formações nesse projeto.

Blog do Leonardo: Como você vê o mercado de jornalismo esportivo para daqui a alguns anos?
Andrei Kampff: Crescendo. Com o streaming os leques de transmissao aumentarão, e mais gente trabalhará nessa área.

Blog do Leonardo: O que você acha sobre a prisão do Ronaldinho Gaúcho no Paraguai? Você acredita que ele tenha cometido crime?
Andrei Kampff: Não sei. É preciso investigar. Qualquer posição é irresponsabilidade nessa hora. Torço para que ele não esteja envolvido em nenhuma dessas acusações.

PVC: ''Informação é a coisa mais moderna que existe no mundo''

A sua atuação como comentarista de futebol é marcada pelo conhecimento tático, além de uma memória apurada com a qual faz frequentes citações a times do passado e acesso a informações dos bastidores, obtidas através de uma rotina diária de telefonemas a informantes locais.

Reprodução: Instagram @pauloviniciuscoelho/Veja

Este é o entrevistado da vez, ele é Paulo Vinicius Coelho, o PVC, concedeu ao blog esta entrevista que mostra mais sobre este grande jornalista esportivo que teve passagens, em sua carreira, por 'Placar', 'Lance!', 'Folha de S. Paulo', 'O Estado de S. Paulo', 'ESPN', 'Fox Sports', 'Rádio Globo/CBN', teve um blog no Uol e hoje está no Grupo Globo, desde já agradecemos pela entrevista.

Reprodução: Fox Sports/Torcedores.com

Nesta entrevista, PVC, não foge de nenhum assunto, mostrando sua versalidade jornalistica, vista também nas suas atuações na mídia, então sem mais delonga, confira esta entrevista que, mais uma vez, orgulhosamente fazemos com mais uma figura do jornalismo brasileiro:

Blog do LeonardoÉ... PVC, a primeira pergunta que queria fazer para você, é sobre um texto que o Mauro Cezar, em setembro de 2008, escreveu no site da Espn, que era assim ó: ''Conhecemos-nos em 1991, quando eu era repórter de O Dia e comecei a fazer alguns frilas para Placar. (...) Certa vez Paulo foi ao Rio de Janeiro e aproveitamos para conversar pessoalmente depois de muitos papos telefônicos sobre jornalismo e futebol, naturalmente.'' Minha pergunta que, eu queria fazer para você é, como é esta sua relação, que foi este começo de relação com o Mauro Cezar?
PVCDesta relação com o Mauro Cezar, você tá falando? Foi do jeito que ele falou, eu comecei a pauta, a repórter do O Dia era Marta Esteves, a repórter do Placar no Rio era Márcia Esteves, em 91, plena 91 a Márcia tirou ferias e aí, o Mauro começou a fazer, então eu pautava algumas coisas, em 92 eu vim pro Rio e a gente foi almoça e depois ele foi morar em São Paulo e aí ficou amigo.
Blog do Leonardo: É, deixa eu te perguntar, eu tava vendo, é que parece que o Trajano também e muita gente como o Mauro Cezar, muita gente te conheceu no começo, antes de entrar na tv, como que foi esse teu inicio, em questão de mídia televisiva?
PVC: Em televisão? Eu tinha, eu entrei na Espn bem antes do Mauro, eu tinha uma coluna no diário Lance, o Trajano lia minha coluna, gostava dos meus textos e me convidou para fazer, faze, comentar na Copa da África e nos programas, em 99 para 2000.

PVC
Reprodução: Divulgação/FOX Sports/ Torcedores.com

Blog do LeonardoÉ, o PVC, mudando, mas falando ainda de Copa, eu acho que isso você já deve ter respondido várias vezes sobre o Felipe Melo, sobre aquela cena que ficou meio que icônica é daquela, você é jornalista, você é jogador. Como que foi, pra você, porque muitos já perguntaram o que aconteceu, mas como foi para você depois disso aí tudo?
PVCAquele episódio, pra mim, ele é um episódio que mostra muito como temos vivido num cenário equivocado, em que se acha que jornalismo é celebridade, naquele episódio eu foi, na minha opinião, criticado pelo meu acerto e elogiado pelo meu erro, ás pessoas falavam assim: ''a mais você perguntou isso para ele, bem no dia da convocação?'' Claro, a pergunta foi sobre a temporada dele e o que dizia para quem criticava a convocação, pra justificar que ele ia fazer uma boa Copa do Mundo, a pergunta era absolutamente jornalistica, aí ele não entendeu a pergunta e me agrediu e eu devolvi a agressão e aí eu to errado e depois disso as pessoas falam: ''a muito bem, você falou e aí você é jogador?'' eu tava errado, eu não posso ser elogiado pelo meu erro e as pessoas me criticavam pelo meu erro e a pergunta era um acerto, é entender o que é o jornalista, mas aquela história morreu no mesmo dia e no dia seguinte, de manhã, conversei com o Felipe Melo e tava tudo bem.

Reprodução: Lance/Twitter

Blog do Leonardo: E falando nisso, é em relação, é muito do que se leu, até tem uma matéria que a revista Piauí, fez falando que o Cuca é tinha dito assim ''eu fico p*** com o PVC'' e continua “ele mostra o jogo'' e aí o Cuca admite que gosta de você e tudo, mas é, pra você, como que é ouvir isso de um técnico, então era do Botafogo, mas com certeza não só ele, mas muitos outros técnicos, vem essa sua, vamos dizer, diferença, entre você e alguns outros jornalistas, você consegue ver a parte tática do jogo e poder passar isso para as pessoas, para o público em massa, vamos dizer assim.
PVC: Eu não lembro do Cuca disse, você leu ele ficar puto comigo? A o, é a matéria da Piauí, tá, em 2007, 2008, comecinho de 2008, pra mim foi um dos maiores elogios que recebi na minha carreira foi o Cuca num dia que liguei para ele e ele falou, pó tomei mo bronca do cuquinha, ele falou que você viu o jogo inteiro, que eu falei com você, eu não falei com ele, aí o cuquinha falou assim, ''claro que falou, tá aqui o jogo igualzinho o que vai ser'' para mim é um orgulho, para mim é um orgulho que as pessoas olhem para mim e achem que eu to vendo bem o jogo, ah, gosto de ter esta percepção, não é que vou sempre bem, um dia tá vendo melhor ou pior, enfim acontece.
Blog do Leonardo: É ainda falando, focando nisso é, nesse mesmo texto, mais para baixo fala de uma nova geração, que você faz parte desta nova geração de, que busca informação, de que, faz um trabalho jornalistico, não como, vamos se dizer assim, a geração anterior romântica, que é o que o próprio site coloca, é para você, como que é, essa questão de, de informação, de poder mostra para as pessoas que acompanham o esporte, um pouco, vamos dizer assim, desvendar o que os técnicos fazem, vamos dizer assim.

Reprodução: Super FC

PVC: O que eu acho, que a gente esta num período, que as pessoas estão achando que jornalismo é dar opinião, é dizer, eu acho isso ou é fazer a critica pela critica e eu não acredito nisso, eu acredito na informação, inclusive como base da sua opinião, se eu parti de uma premissa errada, se eu partir de uma opinião errada, se eu partir de uma informação errada, melhor dizendo, a minha opinião tem grande chance de estar baseada em areia movediça, e de ela não se sustentar, vou dar um exemplo, outro dia alguém escreveu que o Marcelo tinha que ser testado no meio campo e não entende o porque o Tite não testou e o Tite dizia que depois que, durante a Copa do Mundo, que o Tite dizia que estava na frente do tempo para testar o Marcelo no meio do campo e perguntou o porque o Marcelo não foi testado depois da Copa então? É que o Marcelo foi convocado duas vezes e nas duas ele estava machucado e não pode atender a convocação, não tinha como testar, então se você não tiver informação, a chance de você dar uma opinião que não se sustenta, é enorme, hu, neste momento que a gente está tão baseado em opinião e eu acho que, para mim a coisa mais moderna que existe no mundo é informação, informação é fundamental até para usar este celular que alguém fez e desenvolveu o celular com base na informação que ele tinha para isso, informação é a coisa mais moderna que existe no mundo.
Blog do Leonardo: O PVC eu vi...também, ainda nesta, continuando na revista Piauí, tem uma parte que fala assim, deixa eu pegar aqui para você, han ''em São Paulo, antes de entrar numa sala apinhada de alunos de jornalismo que, excitados, o esperavam como se ele fosse um Robinho, um homem o cutucou e soltou o comentário de praxe: “Você tem uma memória extraordinária, né? Muita leitura…” PVC sorriu meio sem jeito: “É, eu leio bastante. Mas tem um pouco de trabalho também'', como você analisaria essa, essa frase num todo?

Reprodução: Divulgação

PVC: Quando a gente tenta fazer jornalismo, quando entrei no curso, o curso abriu em 81 e sou jornalista desde 87, mas o Carlos Maranhão custava a dizer que ''a gente é 90% transpiração e 10% inspiração'', eu sou 100% transpiração, é, é, é transpiração, é trabalhar, se não trabalhar não tem, trabalhar é dia a dia, é lé, é pesquisar, é pensar, e respeita, é achar uma folha que responde a sua pergunta, é se questionar de alguma coisa e tentar ter a resposta, é instigar a si próprio.
Blog do Leonardo: É PVC, continuando nesta linha, para você, hoje a gente tá numa era, como você disse, de informação, de opinião, de tecnologia, como que você vê está questão de internet e a ''facilidade'', vamos se dizer assim, de notícia, porque hoje é muito fácil, você saber, do mesmo jeito que to falando com você, posso tá falando com outras pessoas, transmitindo muito rápido uma notícia. O que você vê sobre esse cenário, geral?
PVC: Não entendi sua pergunta.
Blog do Leonardo: Assim, no sentindo de, como você tava falando do jornalismo ser algo preciso e vê e procurar informação, para você, hoje, é, como que é essa questão de informação para trazer uma boa informação, uma boa analise, um bom, bom, uma boa escalação, mostra ó fulano 'x' fez isso, fulano 'y' fez aquilo, que pode, mudar um pouco o jogo, porque o, o que acontece esca..., é, taticamente ainda influencia, mesmo sendo imprevisível, é, como que é para você, essa questão da rápida informação, no sentindo de que, você tem que dar uma informação certa, porque o jornalismo é muito isso, só que bem precisa e rápida. Como que é isso para você?
PVC: Você tem que ter fonte, você tem que saber para quem telefonar para checar uma informação, você tem que saber para quem telefonar para ter uma informação, é bom usar arquivo para checar informação. Informação é, é, é, jornalismo é checar, rechecar e ter responsabilidade no que vai publicar.
Blog do Leonardo: E falando em questão que, de que muito você é elogiado pela questão de checagem, de memória, acho que é o Trajano, não vou me lembrar bem, dentro de um outro texto, na pesquisa que foi fazer para essa entrevista, eu vi que parece, não vou me lembrar, acho que na época do 'Placar!', você falava sobre um texto que o cara, que, a pessoa que tá lá que não vou lembrar que tá lá, que não vou lembrar quem é
PVC: Sérgio Martins
Blog do Leonardo: Acho que é, que falava que você falava, por exemplo, um time ou algum jogador, ele fala não checa, checa de novo para ter certeza, como que foi, para você, esta questão de você saber e você ter que checar?
PVC: Isso é todo o dia, isso é todo o dia, você erra quando você confia que você sabe, então é bom sempre checar, mesmo em coisas que você tem absoluta certeza.
Blog do Leonardo: É, continuando nessa questão, o que, vamos se dizer assim...
PVC: Isso eu aprendi com o Sérgio Martins
Blog do Leonardo: É, qual que é o ''legado'', vamos se dizer assim, da 'Placar!' e de onde você passou, para hoje na Fox*, o que você usa de bagagem, vamos dizer assim, que você adquiriu?
PVC: Cara, a gente é, o que a gente fez, né? Cada dia que você que você viveu, você aprendeu uma coisa. 'Placar' me ensinou a escrever, a procurar uma, a procurar uma visão diferente para escrever, procurar não escrever sobre o que tá tudo mundo vendo. O jornal me ensinou a ter lead, saber claramente sobre o que eu vou escrever e jornalismo, em televisão ou em rádio ou em jornal ou em, é contar uma história. Quanto mais conhecimento você tiver, melhor vai ser a sua história, vou mandar uma matéria de buracos de rua e eu souber que aquele buraco tem 2 centímetros por 5 de profundidade, mas que ele nasceu com 1 centímetro quando passou um caminhão e que naquele lugar passam 100 caminhões por dia, mais rica vai ficar a matéria. 'Placar!' me deu muito a felicidade, foi muito, foi muito bom para a minha formação, porque eu tinha tempo de escrever e rescrever o texto, de perceber, ao fazer o texto, que uma informação que não tinha precisava tá no texto e aí você tem a condição de ligar de novo e pedir outra, conseguir apurar aquela informação.

Reprodução: Instagram @pauloviniciuscoelho

Blog do Leonardo: É continuando nessa é, você é, falando em 'Placar!', você ainda tem relação com o pessoal da 'Placar!' ou não, você acabou perdendo?
PVC: Tenho, com quem trabalhei lá? Celso Séltion trabalhou comigo na 'Placar!', Mauro Cezar trabalhou comigo na 'Placar!', han, Sérgio Martins morreu, Dude Americano morreu, han, com algumas pessoas que trabalharam comigo, sim! Tenho relação. Sérgio Xavier trabalhou comigo em 'Placar!' mais tarde, han, Sergio Ruiz Luz trabalhou comigo em 'Placar!', mais tarde. Tenho contato com Marcelo Duarte trabalhou comigo em 'Placar!' mais tarde, eu conheço, com todas essa pessoas que trabalharam comigo eu tenho contato.

*PVC já não está mais no Fox Sports, ele saiu em 21 de janeiro deste ano (hoje está no Grupo Globo), sendo que a entrevista foi feito um tempo antes de sua saída, que foi feito em 15 de julho de 2019.