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Caio Junqueira: "Eu sou muito feliz aqui, sou muito feliz" diz sobre estar na CNN Brasil

Caio Junqueira é jornalista especializado em política, com passagens por Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Valor Econômico e revista Crusoé, a onde, neste último, ocupava o cargo de repórter sênior. Hoje é âncora da CNN Brasil.

Caio Junqueira na cidade de Brasília. Reprodução: Twitter/CNN Brasil

O blog agradece ao Caio Junqueira por ter concedido está entrevista e também a CNN que o autorizou.


Veja a íntegra da conversa, que foi gravada: 
Blog do Leonardo: A primeira pergunta Caio, é assim, recentemente, mais precisamente, agora na sexta, o Fabrício Queiroz foi preso. Como que você viu está prisão? E você acredita que isto poderá interferir no governo?
Caio Junqueira: Léo, eu acho que essa prisão ela pode trazer muitos problemas para o governo, porque o Fabrício Queiroz é um amigo do presidente Jair Bolsonaro a muitos anos e ele é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e ele está preso! E o que a gente tem de informação, é que essa prisão pode leva a uma delação premiada na qual o Fabrício Queiroz vai ser instado a contar tudo o que sabe sobre a família Bolsonaro, então, de fato, pode sim gerar muitos problemas para o governo.

Blog do Leonardo: Ainda nessa esteira, só para pegar assim, como você vê a questão do sítio a onde o Fabrício Queiroz foi preso era do Frederick Wassef?
Caio Junqueira: E qual é a pergunta sobre o sítio, a casa?
Blog do Leonardo: Como você a questão dele ter sido preso, lá nesse sítio, em relação a ser do Frederick?
Caio Junqueira: Então é um super agravante, o fato do Queiroz estar na casa do advogado da família Bolsonaro. É um super agravante, que o governo precisa explicar, na verdade, mais do que o governo explicar, o Flávio Bolsonaro precisa explicar, o próprio Frederick precisa explicar, isso não foi explicado ainda, mas é um fator que agrava esse cenário todo.

Blog do Leonardo: Falando no governo ainda, mas mudando um pouco o cenário, como você está vendo o relacionamento do Planalto com o judiciário? Você acredita que depois da saída do Weintraub isso vai mudar?
Caio Junqueira: Não acredito que a saída do Weintraub vá mudar, mas ela vai amenizar essa relação tensa do executivo com o judiciário, eu acho que o Palácio do Planalto já vem dando ali alguns sinais no sentido de pacificar essa relação, principalmente depois do dia 31 de maio, que foi quando teve a primeira operação dentro do inquérito das Fake News contra militantes bolsonaristas, desde aquele dia o governo já sentiu que se ele não dialogasse com o poder judiciário poderia piorar a situação política dele, então a 'cabeça', vão dizer assim, do Weintraub não é uma condição para estabilizar e pacífica por completo a relação, mas a demissão do Weintraub é uma sinalização do governo nesse sentido, que o judiciário considerava quase como uma condicionante para começar a sentar para conversar com o governo.

Blog do Leonardo: Ainda falando de relações entre ali os três poderes, como que você está vendo a aproximação do governo com o Centrão? E isso pode ter relação do Planalto com o Congresso?
Caio Junqueira: Aproximação do governo com o Centrão é uma necessidade do governo para formar uma base parlamentar solida que ajude tanto na agenda econômica do governo, que será necessária para recuperar a economia depois da pandemia do Coronavírus, como também para dar uma sustentação política caso alguma dessas investigações que estão em curso no poder judiciário avancem no entorno do presidente Jair Bolsonaro, pessoas muito leal ao presidente Jair Bolsonaro, então é uma questão de necessidade e isso tem dado certo, tem dado certo até agora, tem dado certo a aproximação do governo com o Congresso, tanto que Congresso hoje não é uma ameaça ao presidente Jair Bolsonaro, muito ao contrário, o Congresso tem auxiliado o governo a se sustentar politicamente, mesmo em meio a todas as essas investigações que estão alí, a todos os inquéritos em curso no poder judiciário.

Blog do Leonardo: Ainda falando de Congresso, como que você vê a questão do inquérito das Fake News, você acha que ele é legítimo, porque ele acabou se criando muita discussão, principalmente, por causa do fato de pessoas ligadas a militância bolsonaristas estar sendo alvo desses inquéritos tanto no Supremo, quanto na questão da CPMI das Fake News?
Caio Junqueira: Eu acho que o inquérito das Fake News desde a sua abertura, ele tem um questionamento, vários questionamentos que são muito legítimos e, que é difícil você compreender e você aceitar que a mesma pessoa que investiga, é a mesma pessoa que julga, é a mesma pessoa que conduz uma investigação, então, sem a participação de Ministério Público, sem que advogados dos investigados possam ter acesso aos atos, então ele é muito questionável sobre esse aspecto, desde o começo ele foi muito questionado. Mas o Supremo Tribunal Federal considerou nessa semana que ele é legítimo, muito mais como um gesto político, assim de união, em face do que eles consideram ataques do poder Executivo contra o Supremo Tribunal Federal, então juridicamente o Supremo Tribunal Federal referendou o inquérito das Fake News.

Blog do Leonardo: É mudando, pulando ali os lugares da praça dos três poderes, como que você está vendo, ela em geral, a atuação contra o combate a pandemia. Você acha que existe um equilíbrio entre saúde e economia nesse combate?
Caio Junqueira: Eu acho que o país, o Brasil de uma maneira geral, não se organizou para o combate a pandemia, ninguém se organizou, quando todos os sinais da China vieram de que a crise seria grande, acho que ninguém acreditou, as autoridades não acreditaram que a crise viria para cá, ninguém boto fé, que o novo Coronavírus viria com força para o Brasil e quando cairam na real que era um problema, era tarde de mais e aí começou esse discurso, se é saúde, se é econômia, o que se deve ser priorizado, mas como não tinham se organizado para nada, a gente caiu nesse buraco todo e o Supremo Tribunal Federal de fato decidiu que os estados e municípios tem autonomia para tomar suas decisões, as suas estratégias, então a questão operacional ficou muito a cargo dos estados e municípios, por outro lado o presidente Jair Bolsonaro ele ficou focando a estratégia do governo, a narrativa do governo de que era preciso olhar tanto a questão de saúde, quanto a questão econômica, porque, uma hora a questão de saúde pública vai passar, mas vai ficar o buraco na economia, então ele tenta ali implementar essa narrativa de que ele tentou desde o começo cuidar da econômia, foi impedido pelo Supremo Tribunal Federal, porque? Porque daqui um ano quando a pandemia passar, o que vai restar vai se o buraco economico, então tem muito uma questão de narrativa, aí. Tem a narrativa dos prefeitos, a narrativa dos governadores, que a propósito, por sinal estão começando a flexibilizar o isolamento, porque as pessoas também precisam trabalhar, não aguentam mais fica em quarentena, então de uma maneira geral, na minha avaliação o país não se organizou para o Coronavírus e todas as esferas, tudo que aconteceu depois daí, virou embate político sobre narrativas, sobre os mortos, sobre os desempregados, sobre impacto na econômia, mas tudo decorre de uma falta de organização lá no começo sobre isso. 

Blog do Leonardo: Você falou do governo federal, dos estaduais e municipais, como você vê essa relação entre eles? É como você analisa, toda está questão de governo estaduais, municipais e o governo federal?
Caio Junqueira: Eu avalio que não é uma boa relação, não é uma boa relação e a pandemia piorou essa relação que já não era boa. No momento em que o Supremo Tribunal Federal disse que os estados e municípios tem autonomia para decidir sobre os fundos de combate a pandemia, isso piorou, porque o presidente Jair Bolsonaro acha que tem que ser uma linha e os estados acham que tem que ser outra e as pessoas continuam a morrer, a economia amplia o seu buraco, então a pandemia de fato piorou a relação entre a presidência da República e os governadores, começou a se ter uma tentativa de reaproximação, uma vezes por semana, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com todos os governadores, então deu uma sensível amenizada, uma sensível melhora nessa relação, mas ela não é boa e não acredito que ela vá melhorar 100% daqui em diante.

Blog do Leonardo: Só para fechar alí a questão de poder, recentemente o ator Mário Frias foi o indicado do presidente a Secretária Especial da Cultura, como que você viu essa indicação? E como você vê a nova relação do Planalto e imprensa, já que agora foi nomeado o deputado Fábio Faria como ministro das comunicações? Isso pode mudar alguma coisa nesse cenário?
Caio Junqueira: Então vamos lá, são duas coisas. Sobre cultura, o Mário Frias era praticamente alí o que sobrou, o que restou, não há uma boa relação da classe artística com o governo federal, já é o 4, salve engano, nomeado e é uma área muito difícil, porque o governo considera que é uma área dominada pela esquerda, então eles tem muita dificuldades de enfrentar a sua visão, sua estratégia, enfim não vejo que a nomeação do Mário Frias vá melhorar essa relação, ela vai ser sempre tensa, tanto que é a área de governo, mais problemática, no sentido de que ninguém fica nesse cargo por muito tempo, essa é o que eu acho. Sobre relação com a imprensa, de fato a nomeação do Fábio Faria, eu acho que pode ser sim, porque o deputado Fábio é muito bem relacionado com a imprensa, então e essa, até a onde eu sei, é uma das missões dele, é tentar fazer essa costura entre governo e entre imprensa, que não significa que vá melhor a relação direta do presidente Jair Bolsonaro com a imprensa, porque ele tem todas as críticas alí a imprensa, a imprensa que cumprindo o seu dever, também tem todas as críticas a ele e ao seu governo.

Blog do Leonardo: E para fechar aqui o Caio, como que está sendo estar na CNN, que é o maior canal do mundo?
Caio Junqueira: O que eu posso dizer é que eu sou muito feliz aqui, sou muito feliz e me sinto com a liberdade para trabalhar, gosto das pessoas com que trabalho, eu sou feliz aqui e o que posso te dizer.

As manifestações ocorreram

Hoje, dia 15 de março, ocorreu as manifestações pró-Bolsonaro em várias cidades do país, mesmo com recomendações para que as pessoas evitem sair de casa, por causa do novo Coronavirus (COVID-19), estas manifestações estavam cheias.

O blog acompanhou durante o dia inteiro as manifestações.

Nós protestos tiveram "Fora STF", "Fora Congresso", "Ei, Alcolumbre! F*da-se" entre tantas outras palavras de ordem.

Entre os manifestantes tinham pessoas com máscaras verde-amarelo e outras sem nenhuma proteção.

Em Brasília e outros lugares do país, alguns políticos ligados ao presidente Bolsonaro e figuras públicas simpatizantes ao governo participaram das manifestações, como, por exemplo, o próprio presidente, a deputada Bia Kicis (PSL - DF) e a youtuber Karol Eller.
A principal forma encontrada pelos participantes para divulgar as manifestações foi através da rede social, exemplos distos foram Jair Bolsonaro, Bia Kicis (PSL - DF), Karol Eller, Daniel Silveira (PSL - RJ), .

A CNN Brasil, canal que estreou hoje, o presidente Jair Bolsonaro disse que "gostaria que eles saíssem às ruas como eu", afirmou o presidente. "Saiam às ruas e vejam como vocês são recebidos. O acordo não tem que ser entre nós no ar refrigerado. Tem que ser entre nós e o povo", disse Bolsonaro, falando sobre a necessidade de um acerto entre os poderes da República.

Mais cedo, Maia publicou em seu Twitter que Bolsonaro fez "pouco caso" da pandemia de coronavírus ao comparecer ao ato. Alcolumbre também cobrou responsabilidade do presidente. "É inconsequente estimular a aglomeração de pessoas nas ruas", disse. 

Segundo o presidente, a sua decisão de cumprimentar manifestantes em Brasília foi para "conferir o que estava acontecendo" e reiterou que a sua posição era a de evitar os protestos, por temer risco às pessoas idosas e demais grupos de risco. No entanto, fez uma ponderação de que há outras aglomerações, como transporte público e festejos de Carnaval.


Jair Bolsonaro afirmou que gostaria de se aproximar dos chefes da Câmara e do Senado. O presidente convidou Maia e Alcolumbre para uma reunião nesta segunda-feira (16) e disse que quer "deixar de lado qualquer picuinha que exista". 

O presidente disse que montará um gabinete de crise para tomar as providências necessárias. Para ele, o mais importante no momento é manter a economia funcionando.

"Quando você proíbe futebol e outras coisas, você parte para uma histeria. Proibir isso ou aquilo não vai conter a expansão", opinou. "Devemos tomar providências, pode se tornar uma questão bastante grave, a do vírus. Mas a economia tem que funcionar porque não podemos ter uma onda de desemprego".

Bolsonaro acredita que o desemprego poderia afetar a evolução da doença. "O desemprego leva pessoas que já não se alimentam muito bem a se alimentar ainda pior. Assim, ficam mais sensíveis e, uma vez sendo infectadas, pode levar até a óbito".